quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sem casa...um mundo só para nós.

Não quero que caias, tudo o que te digo é em nome de um voar a dois.
Não caias, voa comigo…
Voa em direcção a este mundo, o meu, o teu, o nosso, que te dou…
Segue-me nas palavras em forma de bússola…
…e deixa que o amor que por ti sinto te oriente rumo a casa, a nossa casa, o nosso amor.
Deixa-me viajar para norte enquanto ao colo da brisa viajarás para sul, encontremo-nos a meio caminho, e rasteirinhos ao chão sem voos altos nem graciosos, seremos simplesmente nós, seremos unos.
Façamos tudo a meias…
…meio caminho…
…tu abraças-me enquanto te abraço…
…beijas-me num beijo meu…
…ri-te comigo…
…chora comigo…
…façamos tudo a meias.
Sabes bem que nunca te abandonarei, não tenhas medo.
Sabes bem, que nunca rasgaria palavras belas como estas, apenas as escreveria também.
Sabes bem que por mais que te diga adeus, não o penso, não o sinto, não o desejo.
Sabes bem que o que desejo é uma alma num corpo teu.
Já to disse…
…mas digo-o novamente, e novamente, e novamente, até que o que digo seja lei gravada em teu pensamento…
…sou toda tua.
Dá-me a mão…
Dá-me para já a tua mão…
Dá-ma, caminhemos unidos pedra sobre pedra, até que da pedra sobre pedra nasça uma estrada, um caminho, e por fim…
…um destino.

Sem casa...um mundo só para mim

Tudo que me dizes agora faz me ainda cair mais
Sinto que nunca vou chegar a casa
Perdido num caminho poeirento
Num mundo que me deste...e onde não queres viver
Apareces em forma de anjo longe... bem alto longe de mim
Viajas para o sul ao encontro do teu calor
E eu apenas tento voar para lá
Mas fazes questão de me queimar as asas
Empilho então pedras para tentar chegar a ti
Num dos teus próximos voos sobre mim
Conseguir sentir a tua doçura, subir-te no olhar
Cobrir-te com beijo...sentir o teu respirar no peito
Os meus olhos encherem se com o amor...
Mas sei que é um caminho apagado
Uma casa a qual não regresso
E sei que não voltas aqui amanhã para me ver
Perdido neste meu mundo
Vivendo uma vida de sombras aconchegadas
Sonhos que me abraçam o corpo que vive já sem mim
Uma alma que envelhece fora de mim.
Vi-te passar...disse adeus e levaste-me para sempre
Resta apenas o corpo que te tenta seguir
Lê as páginas que escrevo frias e mortas
Rasga-as mas ...leva-me para casa

...vontade vadia

Pedi-te para me olhares, para me veres, para me sentires…
…só assim perceberias que sou a mesma, não mudei.
Não olhaste, não me viste, não me sentiste…
…não percebeste, não percebes que sou a mesma.
Pára!
Pára, e ouve…
…ouve-me quando te digo…
…lê-me quando te escrevo que sou tua.
Que tens todo o tempo do mundo para me fazeres feliz, pois só assim feliz serás.
Que te ocuparei também as noites, se durante os dias me provares que mereces o meu aconchego.
Recua no tempo ao tempo de infância, encontra no teu estojo a borracha, e com ela apaga as dúvidas, não fazem sentido.
Amo-te! Tu sabes…
Adoro-te! Tu sabes…
Quero-te! Tu sabes…
Completas-me! Tu sabes…
Não tenho respostas! E isso, tu também sabes, não tenho respostas, apenas quereres e desejos vazios. Esses sim, fazem sentido, não as dúvidas que sêmeas ao sol pôr.
Não te quero de forma organizada, quero anarquicamente de forma ritmada.
Quero viver contigo este turbilhão de emoções que vivo quando em sonho te apoderas de mim, do meu sentir, da minha vida.
Quero-te…
…sem mais, nem menos, apenas te quero.
Quero-te para agora, para ontem, para amanhã…
…quero-te para todo sempre.

Vontade vadia

Serás mesmo a mesma
A mim parece-me que tudo mudou
Até tu...
Dizes que precisas de mim
Mas por quanto tempo?
Quanto tempo tenho eu para te fazer feliz
Nem me dizes em que sol te brilhei
Se te encho os dias...
…não será porque me deixas as noites?
Até uma simples caixa cartão pode ser um abismo
A escuridão envolta nas duvidas das suas formas
Frágil...
Facilmente rasgada
Tal como este amor...
Posso não saber o que te dar
Mas sei onde posso encontrar se me disseres.
Sim, muitas duvidas...
…mas tu tens as respostas, não eu
Apenas vivo na incerteza de não te saber amar
Apenas sei que hoje não fui o inimigo
Não fui a anarquia dentro de ti
Será que um dia me vais deixar ser?
Uma vontade sem sentido que vaguei dentro de ti
Apenas existe...
…tal como tu dentro de mim.

...tomei isto de assalto.

Porque os fechas então?
De que te serve obrigares-te a afastar de mim, de tudo o que sou para ti, de tudo o que sentes por mim, se…
…não queres?!
Mas a vida é assim, uma enorme piscina cheia de ‘se’, onde nela mergulhamos, onde nos lavamos dos verdadeiros sentires, ficando apenas aquela camada de obrigação. A obrigação de não me quereres mais.
Mas porque não me queres?
Ou será que me queres, mas tens vergonha, medo, sei lá de me quereres?
Esquece o ‘se’, e embala-me nessa tua música terna, essa música que tanto me encanta e me dá coragem de partir ao teu encontro para nunca mais voltar.
Essa música que me aquece, fazendo estilhaçar o vidro que te envolve e que de mim me afasta.
Essa música que me faz ver através do que não se vê, e que me faz sentir tuas asas de anjo junto a meu corpo, protegendo-me dos demónios que teimam em nos separar.
Mas porque não me queres?
Tu queres-me…
…eu sinto!
Ama-me…
Adora-me…
Conhece-me mais ainda…
Vive para mim, como eu vivo para ti.
Abre os olhos!
Olha-me, vê-me!
Sou a mesma por quem um dia me cantaste, por quem um dia te apaixonaste…
Ainda dizes que não me queres?

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tomei isto de assalto

Tenho medo de fechar os olhos
De que me serve fecha-los?
Apenas me afasto de ti
não quero dormir...não me quero sentar sem pensar
Sem te sentir...não quero avançar
Apenas embalar-te sem saber o que é te deixar
Não quero pensar no que é real
Como se o inferno dastesco apenas fosse apenas
Uma simples passagem para o portões sagrados
Logo eu que não gosto do imaculado
Mas tu...tira-me desta vitrine
Nunca me dei bem em altares
Acabo sempre por ser o demonio não o anjo
Agarra me enquanto caio para ti
Pois quem sabe onde vou parar depois
Não quero fechar os olhos
Nem sei como te sonhar assim
Pois amar os tuas qualidades é facil
Mas eu como sempre fui....irratico
Quero te amar nos defeitos e segredos
Arder neste amor
Neste dantesco amor.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

...abraços vazios de nós...

Faço-te a vontade…
…não te faço a vontade…
Solto enigma ao vento
Rodopia, gira e volta a girar, sempre a rodopiar
O vento trará a resposta
Faço-te a vontade…
…não te faço a vontade…
O tempo decidirá
Daremos ao tempo, oportunidade de nos voltar a juntar, ou para sempre nos separar
O tempo que decida
Não o consigo fazer…
Vives demasiado em mim, na minha noite, no meu dia, no meu dormir, no meu acordar
És parte de mim…
…não te consigo soltar
Sem que mais uma vez, nos possamos amar
Sem que mais uma vez, nos possamos beijar
Sem que mais uma vez, nos possamos olhar
Sem que mais uma vez, nos possamos abraçar
Então aí, nesse dia, nessa noite, o tempo decidirá o que fazer com os nosso sentimentos de querer ir ou querer ficar
Amor…
…o tempo decidirá!

...abraços vazios...

Não me esqueço de ti?
Tento apenas recompor a minha alma
Esta noite deixo as emendas do passado
Estou perdido mas não do teu lado

Não me esqueço de ti?
Nem sequer a tua mão me deixa
Quero soltar-me desta jaula que deixaste
Deixa cair a chave...
…quero sair

Quero caminhar sem o teu rosto me deitar abaixo
As luzes iluminam aquilo que eu já nem conheço
Um dia soube quem era...
…mas tu acabaste com isso


Não me esqueço de ti?
Tenho me apenas a mim
Posso não ser o meu guia
Posso ate estar perdido
Mas sei ainda que a minha casa esta dentro de mim

E eu vou encontrar o caminho
Tira a tua marca dos meus olhos

Quero ir
Tira a tua face do meu coração
Abre-me a porta
As luzes da rua...
…não és tu

...abraços vazios

Abraços vazios de ti…
Abraços vazios de mim…
Abraços vazios de nós em tempo real.
Em tempo real apenas, porque em pensamento bailas ao som de melodiosos cantares com apenas uma única trova…
…o teu nome.
Aquele que calo, mas que grito no meu intimo
Aquele que me ocupa o pensamento, impossibilitando o esquecimento
Aquele por quem agendo iniciativas quebradas pelo medo e a falta de coragem de voltar a sentir tudo o que sentia quando os abraços não eram vazios de nós
O teu nome vai comigo, segue-me, acompanha-me, adormece em minha mente
O meu…
…faço para que nunca te esqueças dele.
Nunca te esqueças de mim…

Abraços vazios

No final ouço uma voz...
…sou eu?

Deixa mensagem, corre mais uma vez na minha mente
Serias capaz de me voltar atingir deste modo?
Mas as iniciativas que teimam em ficar pelo meio
Olha bem para mim...
...repete a minha alma
Da me a mão...
...isto pode ser o fim
E a caminho de casa vejo apenas o meu nome
Não dizes o meu nome

Desapareceu da tua mente
Como podes pensar que vai comigo o teu
Como te posso eu levar o olhar
Se nem o meu te guia
Soltas-te a mão que te quer
Para que percorra um caminho sozinha
Deixa cair o meu ser então de uma vez

De uma forma estranha, que me leva por onde sopras
Agarro a dor...
Hoje não vou esperar o escuro para que me fales
Vou adormecer sozinho
Só assim te posso fazer feliz

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

...diz-me que não.

Vou!
Irei!
Uma vez, vezes sem conta…
Ficarei para sempre…
…ou voltarei de novo para a minha solidão de ti.
Vou sem medo, e se o tiver, enfrentá-lo-ei, ganharei a batalha e ficarei com a recompensa desta demorada guerra…
…tu, tu és a recompensa.
O amor, o nosso amor é a recompensa.
Deixa-me por favor continuar nesta luta
Estou cansada, mas por ti, lutarei pela eternidade dentro
Vou!
Irei…
…se me deixares.
Deixa!
Caminharei a teu lado, e a teu lado esperarei que possas enfim olhar-me e sentir que não és brinquedo de princesa insegura, e a teu lado esperarei que a flecha deste meu arco produza os sentires que já há muito produziram, e a teu lado, sempre a teu lado ficarei
Porquê?
Porque te amo…
Porque te adoro…
Porque mesmo longe respiro-te…
Porque mesmo sem ti, sinto-me brilhar, sinto-me a mais bela mulher apenas por saber que mesmo longe, pensas em mim.
Não duvides do meu amor eterno.
Não duvides que quando se ama, o amor dura para sempre.
Não duvides de que gosto de ti, apenas de ti.
Inverte os pólos, inverte as estações, inverte este teu presente pelo nosso passado…
…e torna-lo no nosso futuro.
O meu futuro, o teu futuro, o nosso futuro.
Não me deixes ficar…

…faz-me ir para nunca mais voltar.

Diz-me que não

Diz me como se mais nada soa se no universo
O porquê?
Porque teimas em brincar comigo

Como se de um presente estragado me trata-se
Porque nos rodeia este medo todo então?
Que nos afasta cada vez mais
Que nos impede de dizer tudo, sem jogos nem embrulhos

Porque temos medo então de beijar a palavra amor
Abraçados nos teus olhos quentes
E na tua ternura sorridente
Mas neste céu brilha apenas o disfarce
O meu olhar furado na escuridão da noite
Ninguém a minha volta nota quem sou

Quanto mais se apercebe que caminho a sonhar
Com o teu rosto...
…mas tu nunca vens

E agora diz-me o que posso ainda mais perder
Se já nem o meu futuro posso trocar pelo nosso
Escapou se por entre o brilho dos teus olhos

Num adeus sem padecer um só momento
Sem duvidas…
…a única que levas é se um dia me amaste

Se eu te enchi a tua alma, tal como tu a minha
Que ainda hoje me dói

...eco confuso

Murmura para mim…
Di-lo somente a mim…
Deseja-me…
…mas diz-me que me desejas
Diz-me!
Faz-me senti-lo!
Acredito, sei, sinto, que me amas, que me desejas, que me queres, que precisas de mim, que te faço bem…
…mas di-lo como eu to digo.
Amo-te, desejo-te, quero-te, preciso de nós, fazes-me bem…
E agora, que farás com o que te disse?
Continuarás a fugir?
Continuarás nessa tua surdez propositada?
Continuarás embrenhado nessa capa onde do mundo te escondes e ao mundo te expões?
Não o faças…
Olha-me…
…e tem-me.
Sente o meu sorriso…
…e abraça-me.
Grita…
…para que te ouça.
Ou não grites…
…e apenas vem murmurar-me ao ouvido.
Só eu preciso de ouvir.
Só eu…
Não fujas, não te escondas, não te acobardes em falsa estabilidades…
Diz-me o que queres…
…dir-te-ei o que queres ouvir, pois é o que quero sentir, é o que quero de ti, é o que quero de nós…
…para nós!

Eco confuso...

Em pensamento percorro esses sorrisos que me deixas
Mas sei que nada mais tem de novo
Olho para eles de braços caídos sem vida
Com um enorme desejo de te abraçar
Já pouco me interessa o quanto me deixas cair do alto
Nem os sinto embater na face
Murmuro para mim o quanto te amo
Ninguém precisa de saber

Que interessa ao mundo o que penso?
Que interessa ao mundo se te amo?
Ele nunca te entregou a mim
Apenas me deixou pistas de uma ilusão
Que interessa ao mundo que te deseje?
Que interessa a mim mesmo tudo isso?
Por mim, rebentava com o mundo
E com ele este amor
De que serve olhar-te e não te ter

Sentir o teu sorriso e não te poder abraçar
Gritar para mim que te amo...
…se nunca o vais ouvir

Em pensamento rebento com o mundo
Se um dia me tentares dizer o que quero
Talvez eu já nem saiba ouvir
Apenas este eco que te amo em pensamento

...sorriso difícil

Sorrisos…
Muitos sorrisos tu sorrias
Sorrias com os lábios, completando os silêncios que fazias ouvir
Sorrias com os olhos, completando olhares meus que pulavam saltitantes ao som de sorrisos teus
Sorrisos…
Muitos sorrisos tu sorrias
Muitos sorrisos tu sorris agora…
…mas não são para mim.
Fugiste de mim…
Bateste com a porta a um passado, tão comum, mas um passado, para ti um passado…
De frente para mim, bateste-lhe com a porta
Fugiste de mim…
Não quiseste continuar a sorrir-me com os lábios nem com os olhos
Fugiste de mim…
Não querias um presente tão ou quase parecido com a porta que bateras enquanto sorrisos teus em silêncios nossos me falavam ao ouvido, ao olhar
Fugiste de mim…
Agora corres…
…corres velozmente rumo a um futuro quase ou em tudo parecido com o passado, o teu passado, aquele onde te negaste viver.
Corres, mas será que sorris, como a mim sorrias?
Sorrias-me e não duvidavas…
Não me sorris agora e duvidas que os meus sorrisos, que o meu sorriso fosse teu?
Não duvides!
Foi teu…
É teu…
Perdida nas memórias que calcas, as memórias de um sonho meu, teu, nosso, o nosso sonho, sorrio…
…um sorriso que será para sempre teu
Ergue o olhar, olha a lua, as estrelas, o sol, as nuvens, ergue-o…
…não verás mais que sorrisos meus, olhares meus.
Sorrisos meus…
…para sempre teus!

Sorriso difícil...

Eram sorrisos que desenhava nessas folhas
Porque as frases nunca me saíram com sentido
Tentava encontrar-te nela…
…mas eras o verbo que nunca apareceu

Ora num passado esquecido ou num futuro inexistente
Desenhava então sorrisos que saltavam de folha em folha
Com uma sede enorme de ti...
…longe destes lábios

Mal sabia que matava este amor a cada rabisco
As ruas, nada mais são agora que caminhos sem sentido

Levam-me para mais perto de tudo o que fugi
Calco memórias do sonho que vivi
Perco a lucidez a cada passada
Só me ficou a sede...
…mas já não é do teu sorriso

Esse já não é meu...
…acho que nunca foi

Bebo então todo o veneno que posso
Numa ânsia de matar o mundo
Sem sorriso...
Sem o teu olhar...

...cadeira caída

Não era sonho
Era o real em forma de sonho
Onde a indiferença que sentias como raios de sol quente, nada mais era, que o medo disfarçado
Um medo por não se ler o mesmo livro…
Um medo por se perder numa qualquer outra cabeceira aquele livro que tão bem nos faz…
Não era sonho
Era o real em forma de sonho
Daqueles sonhos bonitos, sonhados, apaixonados
Onde o calor da tua mão pousada na minha página por escrever, fazia com que sozinha a pena rolasse num papel branco, suave e macio, e nele, sozinha a pena desenhava com bonita caligrafia a história de um real confundido com um sonho sonhado de príncipes e princesas
Não era sonho, não…
…era o real.
Um profundo real…
Um verdadeiro real…
Que de tão bom que era o real, parecia um sonho.
Agora, percorrendo ruas e ruelas escuras, sujas, tenebrosas, labirínticas
Tentamos sonhar.
Com o real?
Não!
Com o sonho que vivemos de mãos dadas enquanto dormíamos, enquanto a pena escrevia…
Tentamos sonhar acordados…
…um sonho agora irreal.

Cadeira caída

Num olhar distante sombrio e quase sem vida percebi
Tudo é real...
…apenas real, nem bonito nem vibrante

Apenas real...
…uma desilusão sem importância

Que mesmo assim acaba por tudo mudar
Como uma música que nos desperta a mente
Nos acorda de um belo sonho
Doce e embalado no veludo de uma cama fria

Mas com uma alma quente...
…um doce no peito

Um sonho que brilhava no mais escuro quarto
Decorava a mais nua das paredes
E sem perceber preenchia o vazio do meu espaço

Era afinal apenas um sonho
Não era o teu olhar na minha face que sentia

Apenas a tua indiferença
Nunca foi a tua mão que agarrei enquanto dormia
Apenas uma simples folha trazida por um vento frio
É apenas real...
…tudo está então na mesma
As mesmas ruas, as mesmas luzes ao entardecer

Tristemente fazem surgir no chão apenas a minha sombra solitária
No céu não é o teu dourado que me aquece
Apenas um sonho que arde para se apagar na noite

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

...palcos da vida!

Sem medo, ouve…
Sem medo, sente…
Sem medo, lê…
Sem medo, porque não tenho medo de mundos distantes e diferentes.
Sem medo, porque não és nem nunca foste mesquinho.
Sem medo, porque te amo do jeito que és.
Sem medo, te digo…
Tenho a chave!
Chave incolor, inodora, a três dimensões
A chave da tua jaula sem grades.
Tenho a chave, lembra-te disso…
…e sem medo esperarei o medo teu sucumbir à coragem minha.

...palcos da vida

Sair deste local sombrio onde me arrasto agora?
Como posso agora viver lá fora?
Já não sei como viver para alem da minha prisão de culpa
Pintada de saudades e decorada com quadros dos meus erros
Já nem sei se eu sou alguém debaixo desta mascara
Ou se me tornei nela
No seu branco pálido de emoções

O seu sorriso sem sentido
Olhos pequenos que mal vêem para alem de si mesmo
Não este lugar onde digo boa noite a mim mesmo
E quente e acolhedor, tem um fogo alimentado pelo meu egoísmo
Um brilho gelado do meu desprezo no que me tornei
Não te quero arrastar para este mundo
E grande demais para caberes nele
Ideal para um ser pequenino e mesquinho quanto eu

Palcos da vida...

Não confundas palavras, palavras reais e sentidas, com palavras mascaradas de comédias carnavalescas ou profundos dramas postos em palco por esse mundo fora.
Não confundas sentimentos transcritos e desenhados, com sentimentos romanceados.
Não confundas o que sinto, com o que queres que eu sinta.
Não confundas…
…apenas te peço que não confundas e que mais não te escondas.
Saí daí!
Sim, saí daí, detrás dessa tua máscara veneziana, onde um sorriso eterno paira pintado sorrindo sempre, mesmo quando na cara escondida se desenha um semblante tristonho.
Saí daí!
Saí detrás dessa tua cortina de fumo de falso fogo.
Saí…
…vira costas à cobardia, aquela que te aprisiona, aquela que não te deixa ser feliz.
Não me voltes a expulsar da vida que mal começara…
Não tornes a usa brilhos, cores, tintas numa máscara sorridente…
Não tenhas medo…
Sim…
…o medo…
…esse meu rival.
Não o uses contra mim…
…não te fiz, faço, farei mal.
Sou aquela, lembras-te?
Aquela que usa palavras reais, sentimentos reais sem hediondas fantasias criadas para cativar.
Sou aquela, que de ouvido à escuta, em sorrisos silêncios te ouviu…
…ouviu a voz da tua alma, a voz do teu cantante coração…
…e te cantou paixão.
Não me expulses…
…chora comigo…
…grita comigo…
…sorri comigo.
Deixa-te viver em mim, e eu, viverei em ti para sempre, ao vivo e a cores.
Não me expulses…
…abraça-me…
…deixa-me abraçar-te…
…sonha-me…
…deixa-me sonhar-te…
…sonha-nos…
…deixa-me sonhar-nos.
Eu sou aquela que não sabia amar. Lembras-te?
Aquela a quem me apresentaste esse sentimento, que simplesmente, eu não o conhecia.
Apresentaste-mo…
Amas-me e não me sabes amar?
Aprenderemos juntos…
Ensinar-te-ei a amar-me, tal qual como aprendiz que um dia fui.
Não fujas…
Não me expulses…
Não tenhas medo…
Sê feliz…
…comigo.

Palcos da vida

Parece um enorme festival de palavras
Mas a minha alma não consegue sorrir por entre os actos
De uma peça animada num teatro invisível
Uma historia escrita com amor...
…representada em dor

Que atentamente observo na primeira fila
Por mais que o seu epilogo me diga que terá um final feliz

A minha mente não se consegue libertar da tristeza
Do drama das personagens que vagueiam pelo palco
Na incerteza do seu papel, das suas falas...
E uma...
…uma singela fala que me prende a atenção surge então
Chega-se perto de mim, o mais próximo de mim que consegue

Ao ponto de me conseguir ouvir o palpitar do coração
E me segredar que sempre me olhou
Que partilha comigo o seu amor...
…se é que o tenho

As lágrimas que seguro...
…a dor que rompe
E diz docemente…
Se me abraçares saberás que não sonhas

Que me acaricia a face dura
Que mantenho como se nunca tivesse chorado ou sofrido
E num simples beijo me faz ver que afinal não é um sonho
No olhar traz a duvida se será ela a pessoa para mim...
...mas será que eu o sei?
Saberei eu se és tu?

Saberei eu quem sou eu...
Um desejo desesperado de te amar sem saber amar...
Esta é a minha história...
…a tua…
...a nossa historia.

O nosso palco e teatro sem fim.

Certezas

Adormecer?
Sim, adormecerás neste meu presente, que finalmente irás quebrar.
O que sentes por mim?
Amor…
…amor esvoaçante, feito águia.
Amor esvoaçante num voo pleno, altivo, imperial, um voo de asas abertas, planando, voando numa única direcção…
…a minha…
…a nossa!
Não suspires por um último sonho, não suspires, não deixarei que seja o último, mas sim, o primeiro de uma nova etapa. Aquela em que nem a multidão curiosa, sedenta de sangue e lágrimas afastará a fada que finalmente nos unirá.
Não suspires, contém apenas a respiração, num minuto, no único minuto que nos separa.
O último minuto que nos afasta…
Será apenas neste último minuto que os medos, as solidões, as chuvas, a vergonha de ti mesmo e a derrota da nossa história, terão vida, pois no minuto seguinte, a força gerada pelo amor que por ti sinto erguerá a bandeira da vitória, derrubando então o minuto passado.
Não tenhas medo meu ser, não te deixarei abater, nunca te deixarei só, nunca te abandonarei…
Não tenhas medo meu amor, todo o meu ser será teu de agora em diante, todo o meu ser se transformará num teu pilar para a vida, e nunca…
…nunca deixarei que o abismo te engula, te devore, te afaste de novo de mim.
Não tenhas medo filho do mar, quando de novo em teus braços, o meu olhar, apenas o meu olhar, acalmará as bravas marés que te fustigam…
…e do meu olhar junto com o teu, nascerá uma paz eterna, e esta para sempre reinará.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Incertezas

Mas será que não irei novamente voltar a adormecer?
Sob esse teu presente que vou quebrar.
O que é que sinto por ti?
Um amor ou um voo que adormeceu ontem?

Serei eu capaz de me sentir...
…no meu ultimo suspiro

No meu ultimo sonho...
O que sinto por ti?

Será que um dia vou poder sentir tudo sem rebentar?
A minha face novamente renascer sob a multidão

Olhar ao redor e ver-te do meu lado
Será que chegara o dia?
Em que a chuva me vai lavar a alma...
Deixar para trás o medo de mim mesmo...
Como te posso amar se nem a mim me aceito agora?
Posso apenas ser a terra debaixo dos teus pés

A sombra que te esqueceste de ver
De todas as vezes que eu fiz com que desapareces
Agora sei que fui eu que me apaguei
Vou em direcção ao meu abismo...
…mas sempre com o teu olhar a adormecer-me.

Por entre Templos refeitos!

Dizes-me que não há mais um nós?
Dizes-me apenas porque não há, ou porque o medo de quando me encontrares eu não seja aquela por quem te apaixonaste um dia?
Dizes-me que foges de um Sul, o meu Sul, para um Norte, um agora teu Norte?
Não fujas…
Não fujas…
Estou aqui, de pedra e cal
Ruínas restauradas e de novo fortificadas
Estou aqui apenas por ti
Espero-te altiva no alto do meu monte desbravado um dia por ti
E por ti, continuarei a cuida-lo para que as ervas daninhas não escondam o caminho, o teu caminho
Aquele caminho que te trará a mim, sem ruínas, sem mágoas, sem perdões porque nada há para ser perdoado
Vem a mim…
Não fujas…
Dar-te-ei a força necessária para te manteres vivo na longa mas pequena caminhada que nos separa
Dar-te-ei do meu sal, do meu pão, da minha carne, do meu ser
Alimentar-te-ei com o meu viver…
…e alegremente esperarei que a busca do teu eu cesse e encontres por fim as ruínas em forma de castelo refeito
Aquele em que habito esperando o olhar pelo qual me apaixonei…
…o teu!
Esperar-te-ei para sempre!
Porque…
…te amo!

Por entre templos

Numa eternidade…
…de um outro passado

Talvez um outro dia que não vivi
Não me escondo...
…não me retraio

Talvez nem perceba o que sinto
Nem saiba já o caminho que percorro
Que me leva a cada passo mais e mais para o gelo
Para um norte gelado de ti...
…de nós

Percorro estas estepes sombrias e sem o teu cheiro
Na ânsia de te ver no final
Percorro, corro, salto e esgueiro-me por entre estes desfiladeiros

Os olhos brilhas já o teu brilhar o horizonte mesmo sem o ver
Mas porque me engano...
Sei que nada já existe para alem deste abismo
A única coisa que me da força são estas chamas....
…dançam o teu nome

Mas sei que no final do meu caminho já não vou encontrar o teu templo
Apenas umas ruínas...
…a destruição que eu próprio sentenciei
Um vazio que percorre agora o tempo

Eternamente vazio de mim...
Circula a sua volta apenas imagens do que fui

De uma outra vida...
…de um outro eu.

Melodias vazias...

Percebi, sim percebi…
Mas calei-me!
Calei-me com mordaça de medo e de raiva…
…raiva por me teres deixado só a soar no meu caminho, aquele que também já era teu.
Sim percebi…
Percebi o medo que de mim sentias, que de nós sentias
Que sentias por haver um nós.
Não te escondas mais…
…eu não estou escondida.
Estou aqui.
Sim aqui, mesmo longe, estou aqui ao teu lado
Basta esticares a mão…
…sentir-me-ás.
Sente-me!
Pára! Pára de te recusar a sentires-me!
Eu sou tua, para sempre…
E para sempre, talvez até consigas cumprir o que queres cumprir
E para sempre, talvez até consigas ouvir a melodia que de mim brota a uma velocidade estonteante
Não faças do tempo, uma desculpa…
…embarca nesta minha velocidade estonteante, e segue o rumo de um nós, nesta vida, nesta mesma vida.
Embarca nesta aventura, repleta de sorrisos, não esperas por uma outra vida, aproveita esta, aproveita-me, sê corajoso e solta em mim o amor que nos une.

Melodias de nós

No dourado céu em que fiquei imóvel
em que despejei todo o meu ser na tua mão
Não percebeste...
…o quanto me doeu sair de mim

Que nas ondas soava a morte de mim
No fim da luz o meu corpo se desmoronava
Nos ruídos à nossa volta, baixinho tocava o meu funeral

Tinha deixado de ser eu...
…para ser teu


Já não sou o homem que vês, apenas o teu reflexo
Numa simples e bela palma da tua mão
Cheia de segredos e desejos...
Talvez nunca os cumprirei...
…talvez nem saiba como

Deixei-te soar no teu caminho
Percorrei o mundo em busca de mim outra vez

Tentei voltar a ser eu...
…sem perceber que não me tinha perdido

Apenas evoluído
Mas agora que percorro a cidade onde estas?
Onde está soar da tua melodia?
Onde correm essas melodias do passado?

Será que vivem apenas na minha memoria...
…todo este amor…

…só meu...
…para sempre perdido...

Noutro tempo, noutra época ser ouvido
Na mais bela sinfonia...
…Meu amor

...perdoei-te!

E numa tarde sombria me descobriste…
A mim…
…a ti…
…a nós.
Hoje, passado já tanto tempo desde que na tarde sombria nos descobrimos
Entrego-te numa mão o meu perdão e na outra…
…um lenço branco de candura.
Ajudar-te-ei a enxugar as lágrimas que te consomem, a limpar a solidão que te enevoa…
…ajudar-te-ei, dar-te-ei a mão e te mostrarei um futuro, aquele onde juntos enfrentaremos os medos, os teus e os meus.

Aquele futuro onde a tal palavrinha estrangeira fará parte de uma única vida, a nossa.

Não digas que me amas, sente somente
E com esse sentir, vem até mim.
Perceberei no primeiro instante, ao primeiro olhar
Que tu, trazes a chave que abre o cadeado com que trancaste o sentimento, os sentires que por mim tinhas, que por mim tens, no teu baú de memórias.
Abre-o!
Dá uso à palavra ousa, e ousa abri-lo…
…e ousa descobrir o que tanto queres…
…a FELICIDADE.
Vem, ouve-me, lê-me, não me negues nem te negues aos sentires…
…vem!
Amemo-nos enfim!

Perdoa-me, perdoa-me não...

E numa tarde sombria me descobri.
A mim...
…a ti…
…a nós.

Cobertos em ondas numa areia já pálida
Rebolam sem sentido
Molhadas pelo sal, não do mar
Mas tristemente nas lágrimas que choro
Um sonho alimentado por um sonho
Uma sombra levada na distância
À procura do presente
Que vive fora de mim nas memorias de nós

Presas num baú de ouro fora de mim
Fora de ti

De que serve o perdão?
De que serve dizer que te amo?
Que te desejo, que te sinto ainda a ferver na pele?
Se apenas o meu ego te sei oferecer
Se apenas me escondo no medo de te amar
Aguardo então o calor da morte
E ai nesse momento te ver
Tatuada no meu olhar
Observar o céu pintado pelo teu amor
Ser feliz enfim…


Mas o que é o amor?
Uma palavra estranha
Refém em cores que não sei viver
Uma palavra sem significado
Refém do meu querer...
…que não sei libertar

Pairo então no final...
…o meu final
Numa sombra que sem perceberes te irá acompanhar
Te amar sem medo, sem fim
Como nunca te amei
Como nunca tive coragem
Amar-te-ei nessa prisão que é
Tudo o que te juro e jurei, apenas ser o futuro que tive medo de abraçar
Tudo que vivi, tudo o que um dia fui
Apenas serviu para me encontrar só na multidão que me rodeia
Para achar o destino no teu olhar
Para que um dia perdesse o medo de te amar
O dia...
…o dia que nunca chegou.

Date and Time

duas penas...


 

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